O que acham da ideia de termos um texto/poema toda semana no blog? Além de textos de autores famosos (ou não hehe) teremos textos autorais! Para começar, trouxemos uma parte do poema do Pedro Gabriel, o autor do "Eu me chamo Antonio."

"Se a poesia tivesse um destino – este – seria o infinito, e não seus olhos. Lamento informar, senhora passageira: a leitura é apenas uma ponte entre a palavra realizada e a tão sonhada eternidade. A poesia existiria mesmo se não houvesse ninguém para decliná-la ou declamá-la. Ela não precisa da gente, ela se abastece do que sente e pranto. Ela não precisa de gente, ela se acompanha sozinha e pronto.
Seus olhos seriam úteis em outro momento, não agora que escrevo um poema. Um poema com asas, diga-se de passagem. Pois é, a poesia é uma espécie de pássaro: talvez um papagaio – desses que repete a alma do seu dono. Ou talvez seja mais poético acreditar que o poeta é o piloto das sílabas. Seu papel: levar as palavras desprotegidas para um lugar seguro.
(...)
Eu nunca escrevi um poema sequer para querer ser lido. Sempre escrevi para voar. Quando aprendi a escrever, na verdade, me foi ensinado a voar. E voar aos seis anos se faz sem rotas, sem fronteiras, sem medo. Bater asas aos 29 é mais perigoso. A gente sente tanta ânsia, tanta vertigem, contanto com uma pequena vantagem: os desenhos nas nuvens fazem mais sentido. Vemos nossa vida projetada em full-HD nessa imensa tela de algodão. Admiro um dragão. Será que ele vai engolir meu orgulho? Mergulho em outra imagem: quem aparece é seu rosto. Como você mudou! Agora é seu sorriso que se mostra. Sorrio de volta. Seu adeus entra em cena e acena. Recuso-me a devolver o gesto de despedida. Gosto quando você vive em mim. Se eu chorar, vai chover. "
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